Para repensar a escola

5 estratégias para acolher e dialogar nas aulas a distância

Entenda como propor interação, vínculo, troca e refúgio para as crianças do 1º ao 5º ano mesmo remotamente

A interação é um dos pilares da educação a distância. Veja como incentivar. Ilustração: Pedro Hamdan/NOVA ESCOLA

O ensino remoto interrompeu o toque, espelhou o olhar, criou atrasos na conversa. Acolher e dialogar com as crianças tendo as telas e fones de ouvido como mediadores é um enorme desafio. Mas há pequenos artifícios que ajudam a manter a intimidade, diminuem um pouco as saudades e estimulam a troca entre alunos e professores. 

A coordenadora pedagógica do Centro Educacional Pioneiro, em São Paulo (SP), Débora Martins garante que a escuta ativa é elementar para a aproximação, e deve permear todo o plano de aula possível. Ela elenca cinco estratégias para usar com os alunos do 1º ao 5º ano. Confira:  

1. Antecipe o conteúdo

Grave um vídeo curto, de aproximadamente um minuto, convidando os alunos para a próxima aula. Informe eles sobre a atividade que será desenvolvida, e os instiguem a participar. 

2. Dê espaço para a escuta ativa

Evite começar a aula já com a atividade do dia. Antes, abra espaço para que eles falem, digam o que estão sentindo, contem uma novidade. Isso pode ser feito como uma roda, onde um vai perguntando para o outro. “No (ensino) remoto a escuta atenta é central. Ensinar o aluno a ouvir é extremamente valioso”, reforça pedagoga. 

3. Peça ideias para os alunos

De modo geral as crianças sentem muita saudade da escola, amigos e professores. Peça que eles digam o que querem reproduzir remotamente, como um lanche juntos, onde cada um prepara e leva o seu, ou que façam um texto sobre o lugar da escola que eles mais gostam, como o parquinho. Essas atividades são prazerosas para as crianças, reforçam os vínculos e fazem com eles elaborem esse momento atípico coletivamente.  

4. Fortaleça o vínculo

Peça que eles montem uma caixa dos tesouros chamada ‘Quarentena’, com receitas que fizeram junto com a família, um brinquedo que foi muito importante, algo de novo que aprendeu. Isso ajudará a dar sentido para esse período. “É como se estivéssemos olhando para essa caixa juntos. Eles sentem que estão atravessando por isso com a escola, e isso é muito importante”, comenta Débora. 

5. Promova a interação

Cantar uma música juntos, ou brincar de adivinha uns com os outros, traz enorme ganho para a saúde mental dos pequenos. A interação é um dos pilares da educação básica, e muito requisitada pelas crianças. Por isso, é importante não as deixar de lado no ensino remoto. Os encontros síncronos devem privilegiar esse tipo de atividade. 

Mesmo assim, haverá alunos que não irão participar das aulas e atividades. Nesse caso, é preciso abrir um diálogo individual e entender as questões desse aluno especificamente, a fim de traçar outras estratégias.

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