Como duas escolas públicas de Mogi das Cruzes atuam na transição
Liderada por professora do 5º ano, união de forças entre equipes municipal e estadual procura atenuar efeitos da pandemia nos alunos
Há cinco anos, Mônica Felismino, professora de 5º ano na EM Dr. Isidoro Boucault, em Mogi das Cruzes (SP), notou a ansiedade em muitos de seus alunos diante da iminência de mudar de escola na passagem para os anos finais do Ensino Fundamental.
A professora, então, decidiu conversar com a coordenadora da escola do bairro vizinho, que recebe alunos do Fundamental 2, para propor uma parceria e ajudar os estudantes a passarem pela transição. De lá para cá, a união de forças tem tido bons resultados. Porém, em março de 2020, a pandemia de coronavírus virou tudo de cabeça para baixo.
Sem o acolhimento presencial, o processo, que já era desafiador, ficou ainda mais complexo. Um dos principais pontos para realizar uma boa transição é o acolhimento e, com o distanciamento social, esse também virou um dos maiores obstáculos, de acordo Mônica. “As crianças precisam de um tempo para encerrar o que eles fizeram em uma escola para começar em outra”, observa.
Para a professora Mônica, esse é o momento de dar atenção especial ao emocional das crianças, já que elas podem voltar ao ensino presencial em um ambiente completamente novo. Por isso, a professora aposta na parceria com a equipe pedagógica da EE Sueli Oliveira Silva Martins para receber os estudantes com muita escuta, diálogo e acolhimento em 2021.
Enquanto isso, no ensino remoto, os alunos se reúnem pelo Google Meet para estruturar alguns projetos em parceria com a escola estadual e estreitar a proximidade com a futura equipe de professores e com a coordenação pedagógica. De acordo com Mônica, uma das principais inseguranças das crianças é sobre o novo ambiente físico, colegas e professores. Diante disso, uma boa dica é explorar estratégias para tranquilizá-las.
Por exemplo, se na escola há poucos recursos, uma opção simples e rápida é gravar pequenos vídeos apresentando o espaço físico da nova escola e, se possível, a equipe que estará com eles no ano que vem. “É um movimento simples e que não requer muita tecnologia, mas que faz muita diferença para o aluno”, reforça a professora.
Os familiares também ficam ansiosos com a mudança. Outra dica é criar um canal de comunicação com os pais e responsáveis via WhatsApp (ou outra ferramenta que fizer mais sentido para a sua realidade) e conversar com eles. A sugestão da professora Mônica é escrever uma carta de acolhimento para as famílias contando um pouco sobre a escola e explicando suas dinâmicas, regras e funcionamento em geral. A carta pode ser enviada por WhatsApp, e-mail ou com a ajuda de outras ferramentas.
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