7 dicas para promover uma transição mais tranquila do 5º para o 6º ano
A passagem da primeira para a segunda etapa do Fundamental carrega muitas transformações. Saiba caminhos para ajudar os alunos
A passagem do 5º para o 6º ano carrega muitas mudanças na vida escolar dos estudantes: o professor deixa de ser um só, ritmo das aulas torna-se mais acelerado e espera-se mais autonomia dos alunos no Ensino Fundamental 2. São muitas alterações em pouco tempo. Neste ano atípico de 2020, o distanciamento social, o ensino remoto e a suspensão das aulas presenciais tornou o processo de transição entre as etapas ainda mais complexo.
Coordenadora pedagógica da Escola Projeto Vida, em São Paulo (SP), Suzana Mesquita Moreira pondera que a transição deve ser feita com atenção, para evitar que os jovens se sintam desmotivados e percam a curiosidade pelos conteúdos, afetando o desempenho. "Um bom caminho é promover um período de aproximação entre as séries para que o estudante tome contato com as mudanças", diz.
Além disso, a mestre em Educação e doutoranda no programa de Psicologia da Educação pela PUC-SP Renata Borges chama atenção para a saúde emocional dos estudantes. Para ela, o tema é subjetivo, já que cada família tem lidado com a pandemia de modos diferentes. O que caberá ao professor, segundo a especialista, é desconstruir os traumas de 2020 assim que o ensino presencial for retomado. “Os alunos têm de entender que tudo isso que estamos passando serviu para ver o quanto o outro é importante, o quanto precisamos dele”, diz.
Confira algumas dicas práticas para promover um processo de transição mais tranquilo em tempos de pandemia:
1. Atenção: É interessante que o professor especialista do 6º ano já tenha atuado como docente na primeira etapa do Fundamental ou tenha formação em Magistério ou Pedagogia para que entenda melhor como são as crianças nessa fase. Por isso, é importante haver um cuidado maior por parte dos gestores com a escolha da equipe que lidará com essa etapa.
2. Inicie com o acolhimento: Depois de longo período longe da escola, acolhimento é tudo que os estudantes precisam em um primeiro momento. Por isso, dê atenção ao seu aluno e escute com o coração. Ouça as dúvidas que eles têm sobre o 6º ano e tente conversar sobre a próxima etapa.
3. Tire dúvidas: Conte com uma equipe de 6º ano/Fundamental 2 para responder essas dúvidas. Uma boa opção na hora de fazer isso é gravar vídeos curtos para os alunos e disponibilizá-los no WhatsApp, por exemplo.
4. Alinhe expectativas: No período de transição é importante que equipes de 5º e de 6º ano se reúnam para conversar e ajustar expectativas. Um bom exercício para isso é: professores do 5º escreverem como os alunos estão saindo e os professores do 6º escreverem sobre como esperam que os alunos cheguem a essa etapa. A atividade pode ser feita de forma assíncrona, com cada equipe fazendo a sua parte e depois promovendo um encontro virtual para fazer o alinhamento e, se necessário, realizar ajustes curriculares, especialmente em um ano atípico como 2020.
5. Promova rodízios virtuais: No ensino presencial, muitas escolas conseguem fazer um rodízio de professores no 5º ano por meio de projetos internos ou de parcerias com outras unidades. Quanto mais você conseguir aproximar os alunos do 5º ano à dinâmica do 6º, melhor será para a ambientação dos estudantes. Dá para começar esse movimento promovendo encontros virtuais por meio da plataforma que faça mais sentido de acordo com a sua realidade.
6. Apresente a equipe do 6º ano: Se possível, convide os professores do 6º ano para uma aula remota para os alunos do 5º. Se a escola não tem uma plataforma para isso, uma boa estratégia é a gravação de vídeos.
7. Divida os componentes curriculares no caderno: Professores dos anos iniciais podem colaborar muito com o processo de transição dos alunos ao propor que dividam o caderno para cada componente curricular (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências etc.). Isso ajuda o estudante a ir se organizando para o próximo ano.
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