Registros de 2020: um passo a passo para organizar as devolutivas dos alunos
Confira um roteiro de como categorizar os materiais produzidos pelos estudantes, relacionando-os às habilidades e às áreas de conhecimento indicadas na BNCC
Fotos de cadernos ou de atividades realizadas em casa. Áudios, vídeos, materiais impressos, anotações reflexivas de aulas virtuais, questionários digitais etc. Organizar todos os materiais produzidos pelos alunos, e pelo próprio professor, é essencial para a construção de um painel do que foi desenvolvido ao longo do ano letivo. Esses registros fornecem subsídios para avaliar o processo de ensino e aprendizagem e elaborar o planejamento.
“A falta de organização faz com que os dados presentes nesses materiais não cumpram o papel avaliativo que deveriam ter”, diz Rodrigo Fonseca, professor de Matemática nos ensinos Fundamental, Médio e Superior e consultor pedagógico em instituições de ensino, com atenção especial às dimensões curriculares de metodologia, planejamento e avaliação do trabalho docente. A seguir, veja um passo a passo para colocar ordem nesses materiais.
PASSO A PASSO: ORGANIZANDO OS REGISTROS DE 2020
Dicas de como organizar as produções dos estudantes para auxiliar no processo de avaliação
Indicado para: Professores de 1º a 5º ano
Materiais: Registros dos alunos nos mais variados formatos; ferramentas como Google Drive ou Dropbox para criação de pastas digitais; pastas físicas caso haja produções impressas.
Na BNCC: Os registros auxiliam na avaliação das habilidades da Base Nacional Comum Curricular que foram priorizadas pelo professor em suas propostas.
PASSO A PASSO
1. Colete todos os dados. Reúna tudo o que foi produzido pelos alunos nos mais diversos suportes. E também as anotações reflexivas e análises feitas por você, inclusive as que registrem a qualidade da participação e do envolvimento da turma durante o período letivo.
2. Crie pastas coletivas e individuais. Faça uma pasta da turma e outras para cada aluno (caso elas sejam feitas de forma digital, é possível usar ferramentas como o Google Drive e o Dropbox). Assim, é possível separar informações para avaliação individual (produções dos estudantes e anotações reflexivas feitas por você) daquelas que fornecem um painel coletivo da turma (planilhas, tabelas e análises gerais). “Gosto muito de planilhas, então, construí tabelas com critérios e indicadores de que eu precisava. Ajudou bastante”, diz Karina Santos da Silva, professora alfabetizadora na Ateliescola Acaia, em São Paulo.
3. Divida por áreas de conhecimento. Para boa avaliação, é importante ter uma visão geral de como foi o desenvolvimento dos estudantes em diferentes disciplinas. “Existem atividades interdisciplinares, mas minha sugestão é ser pragmático, porque os currículos são construídos considerando os componentes curriculares e as áreas de conhecimento”, justifica Rodrigo. Essa divisão, porém, não deve impedir que, na hora de avaliar, o professor tenha um olhar interdisciplinar para os registros. “As evidências de aprendizagens estão em variados produtos dos alunos e não necessariamente naquele que planejamos”, diz Katia Chiaradia, doutora em Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que integrou o Time de Autores de NOVA ESCOLA. “Às vezes, é na lição de Ciências que a criança vai mostrar que entendeu a contagem ou a composição do solo, e não na de Matemática ou de Geografia. Ou é na redação que ela demonstra o que compreendeu sobre sustentabilidade”, completa.
4. Relacione evidência a habilidades da BNCC. “Para cada objetivo de aprendizagem que o professor resolveu trabalhar nesse período, ele deve vincular as atividades e as produções que conseguiu obter com os alunos como resposta àquele tópico”, explica Rodrigo. Por exemplo: o estudante mandou uma foto do caderno, em que ele desenvolveu uma operação matemática. Essa foto precisa estar na pasta de Matemática e indexada à habilidade da BNCC que se esperava desenvolver. “A ideia é facilitar a busca por informações e comparar o que se pretendia com aquela proposta com o que os alunos entregaram em termos de aprendizado”, completa Katia.
PONTO DE ATENÇÃO: Nunca foi tão necessário acolher as diferentes realidades e considerar o esforço conjunto de alunos e responsáveis no momento de avaliar os registros obtidos ao longo do ano letivo. “Às vezes, o melhor que aquela criança ou família pôde fazer foi entregar a metade da tarefa. E isso não tem a ver com desrespeito com as propostas do professor”, reflete Katia.
5. Cuide para que os registros sejam legíveis. Os registros precisam ser legíveis para qualquer um, porque você pode ter de utilizá-los para mostrar ao professor que vai assumir a turma no ano seguinte. Ou mesmo para a equipe gestora, famílias e alunos.
Mais sobre esse tema