Para se inspirar

Como incentivar (a distância) alunos que não gostam de ler?

Especialistas indicam 4 estratégias que podem ser usadas neste período de isolamento social

Estimular leituras coletivas é uma das estratégias que o professor pode usar para incentivar os alunos. Ilustração: Veridiana Scarpelli /Nova Escola

Com boa parte dos estímulos do mundo pausados por causa do isolamento social motivado pela covid-19, o momento pode ser de oportunidade para fisgar os alunos que não enxergavam na leitura um espaço lá muito atraente. Mais do que recomendar títulos direcionados para a faixa etária, o professor pode criar situações para envolver e apresentar as possibilidades do universo literário. De quebra, elas ajudam o educador a entender qual os perfis-leitores dos alunos: “A escola tem uma visão muito cristalizada do leitor ideal. Mais importante é pensar quais tipos de textos podem interessar a diferentes estudantes”, avalia a professora de Língua Portuguesa, Gizele Caparroz.

Listamos abaixo 4 estratégias indicadas por Gizele e mais dois especialistas na disciplina: Claudio Bazzoni e Clemari Marques Ribeiro. Confira:

Leituras coletivas
A leitura conjunta com a família ou com o grupo de alunos pode atrair para a história quem não tinha muita vontade de lê-la. Compartilhar as impressões também é importante porque a percepção do outro pode despertar para um argumento ou algum trecho não compreendido ou não percebido. Ter um leitor mais experiente ao lado, numa função de tutor até, também pode ajudar a construir sentidos para o texto ou fazer antecipações sobre a história para instigar mais. As leituras em conjunto também podem gerar um podcast ou uma revista pensados e executados pelos próprios alunos.

Diário de leitura

Se a atividade coletiva não cativar, outra abordagem possível é uma mais individualista, em formato de diário. Cada estudante fará o seu – em papel ou virtual. Após a escolha de um título com a turma, a leitura será comentada diariamente no caderno. Ali, o estudante poderá destacar trechos que gostou, momentos em que a compreensão escapou, páginas entediantes, passagens que lembraram trechos de outras histórias já lidas ou vistas no cinema, por exemplo. As páginas poderão ser compartilhadas com o professor que atuará como um facilitador e incentivador, dando alternativas à leitura “travada” ou indicando mais referências de um autor querido.

Busca de sinopses
Alguns estudantes podem não ler os gêneros indicados por não gostarem deles. Mas, e de qual ele gosta? Para ajudá-lo nessa descoberta, o professor pode estimular a busca por sinopses de livros variados. Nesse exercício, o educador precisa estar com a mente aberta para acolher todos os tipos de gêneros trazidos pelos alunos: quadrinhos, animes, leituras técnicas, fanfics, clássicos, poemas, raps, o que for. Na mesma atividade, o professor também pode indicar a procura dos alunos por gêneros ou estilos criticados ou negados. Talvez a aversão existisse apenas por um preconceito ou por desconhecimento.

Transformação de conversas em textos formais
Essa atividade ajuda, o aluno – e o professor também – a entender que, sim, mesmo o aluno menos afeito à leitura lê bastante ao longo do dia! Somadas todas as interações em plataformas virtuais, como Whatsapp e redes sociais, a leitura acontece diariamente e num volume considerável. Neste exercício deve-se pedir aos alunos que transcrevam uma conversa qualquer do Whataspp, por exemplo, para uma linguagem mais formal, padrão. Além de transpor para palavras os ícones, as figurinhas e os memes, o texto também deve ambientar a conversa e descrever as sensações dos interlocutores. Uma atividade que mistura leitura e escrita.

 



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