Para usar com seus alunos

6 dicas para fazer atividades em grupo a distância

Conheça alguns caminhos para propor momentos em equipe nas aulas de Educação Física na quarentena

Para que a atividade funcione, é importante mapear o acesso da turma à tecnologia. Foto: Marco Pinto/Nova Escola

A pandemia obrigou a uma grande parte dos professores a repensar o ensino. Dentre as escolas que continuaram as aulas mesmo com o isolamento social, os recursos remotos se tornaram quase obrigatórios. Os desafios são inúmeros para os docentes de todas as áreas, mas bastante específicos quando falamos de Educação Física. Especialmente no que diz respeito ao trabalho em grupo. É possível incentivar o aprendizado conjunto mesmo a distância? 

A equipe de Esportes da Escola da Vila, em São Paulo, tem incentivado os alunos a trabalhar em grupos. Segundo o professor Mario Pereira, esse tipo de atividade começou a ser proposto para as turmas. As salas são divididas em pequenos grupos e uma das tarefas é montar uma breve sucessão de movimentos. "Vamos propor que o horário síncrono seja usado para os núcleos se encontrarem, montando uma sequência de exercícios que eles possam executar nos próximos encontros", explica.

"Estamos usando o Google Meet, que permite que você crie pequenas salas", detalha Washington Nunes, coordenador de esportes da escola. Cada grupo tem "quatro ou cinco alunos ou alunas, e eles têm uma tarefa para fazer com uma conversa entre eles, dentro dessa sala [virtual]". Na hora de criar a atividade, os alunos contam com "a tutoria do professor, que entra e dá informação e opinião". A ideia é de que, posteriormente, os grupos apresentem o resultado do trabalho durante um dos encontros síncronos. Essa é uma maneira, aponta Nunes, de manter as crianças conectadas à escola, mesmo estando longe. 

Ainda que o acesso à tecnologia seja desigual dentro da sala de aula, há possibilidades para continuar a engajar os estudantes e incentivar o trabalho em conjunto. Marcos Ribeiro, professor da Prefeitura de São Paulo, membro do grupo GPEF-FEUSP e mestre em Educação pela USP, aconselha o professor a realizar um levantamento da turma. "Se o professor tiver bastante informação sobre a característica da sala, ele pode mapear quem são os alunos que têm telefone celular e propor atividades nas quais eles conversem por algum aplicativo ou façam uma ligação de duas, três, mais pessoas", diz.

Ribeiro relata que, ao usar uma plataforma de ensino para propor uma atividade com seus alunos, não teve respostas de todos e entendeu que o motivo era falta de acesso às ferramentas necessárias para a conexão. Pediu, então, que os estudantes que têm acesso contínuo à internet conversassem com os outros colegas para que, juntos, fizessem um trabalho em grupo. "Estou tentando ampliar o acesso deles e, ao mesmo tempo, sendo sensível [às possibilidades de acesso de todos]", afirma Ribeiro. "Isso incentiva a troca de conhecimento entre eles. E o professor aprende com eles. Levamos isso em consideração também."

Como propor atividades em grupo

  1. Leve em consideração o acesso de cada aluno à internet, a um computador ou celular. Tente mapear a sala. 
  2. Dentre os alunos que têm acesso, sugira que entrem em contato com alguns da turma que não têm para que a atividade seja feita em grupo.
  3. Quando a sala toda está nas plataformas digitais, procure criar espaços virtuais para que os grupos se encontrem e trabalhem juntos ao vivo.
  4. Ofereça auxílio nos momentos de reunião em grupo para tirar dúvidas e dar sugestões. 
  5. Determine um encontro síncrono para que os grupos apresentem os resultados de seus trabalhos e os compartilhem com o resto da sala.
  6. As atividades podem ser variadas e podem envolver diversos aspectos da vivência das atividades físicas. 

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