Para aprender com a prática

Acredite, o WhatsApp pode ser seu aliado

Na EE Oscar Thompson, em São Paulo, um trio de professoras transformou o aplicativo em ferramenta pedagógica

Adriana, Regina e Silvia usam o app para compartilhar conteúdos e tornar as atividades com os alunos mais dinâmicas. Foto: Fábio Setti

Quem pensa que o WhatsApp é apenas um aplicativo de troca de mensagens está enganado. É nisso que acreditam três professoras da EE Oscar Thompson, em São Paulo, que transformaram as janelas de conversas do celular em uma extensão da sala de aula.

Cada uma delas desenvolveu uma dinâmica de trabalho, que fez com que o WhatsApp – tão presente na rotina dos alunos do Fundamental II – se tornasse não só um aliado no dia a dia escolar, mas também, uma ferramenta pedagógica.

Há dois anos a professora de Língua Portuguesa Adriana de Oliveira percebeu que não podia lutar contra o celular. “Foi então que decidi tirar proveito desse recurso que os alunos, literalmente, têm nas mãos”, conta a educadora, com 16 anos de carreira. De lá para cá, Adriana usou o aplicativo para trabalhar Direitos Humanos, explorar a variação linguística e para avançar a oralidade, tanto de um aluno surdo quanto dos estudantes sírios que ainda não dominam o português.


Professora de Arte há 26 anos, Silvia Regina de Abreu Lopes também se rendeu ao WhatsApp. Desde 2016 ela utiliza o aplicativo para compartilhar fotografias, vídeos e arquivos complementares aos conteúdos da sala. “No começo os alunos pediam meu telefone e sempre me chamavam para tirar dúvida, até que um dia montamos um grupo para essas finalidades”, lembra.


Nesse bimestre, Silvia trabalhou com seus alunos o tema Reflexos da Vida nas Artes, por meio de quatro linguagens: arte visual, música, dança e teatro. Toda a produção foi compartilhada pelo aplicativo e postada nas redes sociais da escola. Para ela, utilizar o aplicativo como ferramenta pedagógica só traz benefícios, mesmo com alguns puxões de orelha de vez em quando. “Ajuda muito porque é algo que está na vida deles e também porque nos aproxima ainda mais. E quando algum aluno manda uma bobagem no grupo eu nem preciso dizer nada, porque eles mesmos se alertam, virou uma prática”, garante.

Com 17 anos de sala de aula, professora Silvia Helena Lopes Puertas, de Educação Física, também não vê problemas em usar WhatsApp, mas ela faz questão de sempre alertar os alunos quanto à finalidade dos grupos que possui. Isto é, nada de “bom dia, boa tarde, boa noite” ou correntes. Com mais de 300 contatos de alunos cadastrados em seu celular, a educadora participa de sete grupos onde prepara reuniões e adianta ideias com as turmas.


Silvia aconselha seus alunos a usarem o celular em sala apenas quando for necessário, como, por exemplo, durante uma pesquisa. “Acho que auxilia muito quando todos entendem que podem usar essa ferramenta para estudo, para tirar dúvidas. Desse modo, só vejo benefícios. Cabe conversar com eles para que entendam”, ressalta a professora.

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