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Novas tecnologias e criatividade

Eles estão bombando na internet

Não fique de fora da onda high tech, em que seus alunos tanto surfam. Aproveite o que a rede tem de bom para conquistar a moçada a produzir conteúdos cheios de aprendizagens.

Alunos interconectados através de aplicativos. Estúdio Kiwi | NOVA ESCOLA

Você já parou para pensar o quão os estudantes são criativos, descolados e que vivem antenados nas novidades que fazem sucesso na internet? Pode perguntar: eles conhecem os gifs e os memes de maiores sucessos, sabem o que viralizou na última semana e estão por dentro do que pensam os mais famosos youtubers.

Que tal, então, apostar nesse potencial para planejar aulas desafiadoras e superinteressantes para estes tempos de isolamento social provocado pelo novo coronavírus? A conjuntura é mais do que favorável, já que boa parte dos estudantes passa a maior parte do tempo em frente às telas, seja estudando, seja se divertindo. Além disso, pode ser uma boa ideia para chamar atenção da moçada para as aulas a distância. 

Partindo de qualquer conteúdo curricular, os estudantes podem produzir, configurar, interagir, mesclar, remixar, transformar, disponibilizar, replicar e redistribuir, produzindo novos sentidos e dando origem a playlists, vlogs, vídeos-minuto, fanfics e e-zines, para citar alguns exemplos apresentados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

Ainda que você não seja audiência para plataformas e produtos mais high tech, não se deixe abater pelo desafio de trabalhar com eles. “Esse tipo de proposta tem a ver com a realidade dos alunos, é importante para eles, precisamos ouvi-los, ainda que não sejam ferramentas com as quais tenhamos afinidade”, diz Marcelo Ganzela, professor e coordenador do curso de Licenciatura em Letras do Instituto Singularidades. Trabalhar assim também é uma oportunidade de a escola apoiar a moçada na aprendizagem do uso responsável, crítico e ético de espaços virtuais, que de qualquer forma os alunos já ocupam. Embora esses ambientes tenham muita potencialidade para a relação entre ensino e aprendizagem, também apresentam riscos, como a exposição a fake news e a violências.

“Desenvolver projetos com conteúdos diversos recorrendo a essas novidades que fazem sucesso com a turma, possibilita que os estudantes sejam protagonistas da produção de conhecimento e de informações”, fala Adriana Vieira, coordenadora de Tecnologias Digitais do CENPEC Educação. Ao encarar esses recursos com intencionalidade pedagógica, considerando-os como prática social, é possível ir muito além do estudo dos gêneros textuais e orais, como se faz tradicionalmente. 

Ao apostar nas mídias digitais, os alunos também podem colaborar para a disseminação de saberes. “No Instagram, Facebook e outros recursos, há a apreciação estética, o entretenimento, espaço para criação e manutenção de vínculos, além da democratização do acesso e da produção de conteúdos. Então, é possível usar essas plataformas como instrumento de propagação de conhecimentos em qualquer área do conhecimento”, destaca Marcelo.

Apesar da empolgação com todas essas novidades, vale o alerta: lançar mão do que faz sucesso na web não significa deixar de lado gêneros e práticas consagrados pela escola, como carta e notícia. A proposta é integrar ao processo de ensino e aprendizagem as transformações que estão ocorrendo mundo afora. A própria BNCC faz uma recomendação a respeito: “Compreender uma palestra é importante, assim como ser capaz de atribuir diferentes sentidos a um gif ou meme”.

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