Que tipos de atividades mais engajam no ensino remoto? Veja sugestões
Com tanto distanciamento físico, o momento é dos trabalhos coletivos e de atividades interativas
O rompimento com a rotina presencial trouxe muitos debates para o universo da educação. Um deles foi sobre o formato das aulas. O que já era criticado no passado parece não ter mais lugar no cenário atual do ensino remoto. “O momento trouxe a percepção real de que a educação tradicional não funciona há muito tempo”, avalia Rodrigo Nogueira, professor de Biologia e coordenador de Tecnologia Educacional na Escola Santo Tomás de Aquino, de Belo Horizonte (MG).
Para Luciana Santos, coordenadora de projetos na Foreducation EdTEch, é a chance de trazer o aluno para o centro da aprendizagem com aulas que estimulem o engajamento, a participação e a interação.
Mas quais estratégias funcionam melhor nas aulas a distância? Para ajudar você a planejar o trabalho de um jeito mais assertivo, NOVA ESCOLA elaborou uma lista com os tipos de atividades mais adequadas para os encontros virtuais. Confira:
Construções coletivas e interativas
Atividades feitas a partir do trabalho coletivo engajam e aproximam. A turma deve ser estimulada a participar de toda a formatação da atividade. Digamos que a proposta seja organizar um jogo: as plataformas digitais permitem que os alunos possam trabalham conjuntamente na definição das regras, dos personagens, nos conteúdos que embasam os jogos. Tiago de Pàula Cunha, coordenador pedagógico da Sant’Anna International School, de Vinhedo (SP), lembra de projeto interdisciplinar de criação de jogo de tabuleiro sobre a China antiga, com uma turma do 6º ano disciplinas como Geografia e Artes. A definição das regras e modos de jogar foram feitos em reuniões síncronas, e a produção do jogo aconteceu também em casa, com o uso de materiais reaproveitados, por exemplo.
Trabalho em grupos menores
Dividir turma em grupos menores e alocá-los em salas virtuais específicas pode ser uma boa alternativa para estimular a participação de todos em atividades. Daí o professor pode ir passando em cada uma delas para saber se precisam de algum apoio para resolver alguma questão proposta em algum trabalho maior, sugere Rodrigo Nogueira. “Em grupos menores, os alunos estão conversando mais entre si”, conta sobre a experiência na sua escola, em Belo Horizonte.
Uso frequente de metodologias ativas
No contexto remoto, o professor pode e deve instigar o aluno a buscar as resoluções para construir ele próprio a aprendizagem. Esse é um dos objetivos centrais das metodologias ativas, e que são tão bem-vindas neste momento. Junte-se ao grupo de professores da escola para que, juntos, vocês definirem estratégias ativas, inclusive com a coordenadoria pedagógica. Para isso, recomendamos a aplicação do Roteiro de Formação, produzido por NOVA ESCOLA.
Personalização do ensino
Oferecer alternativas variadas para o aluno escolher de que forma prefere ter contato com um tema novo também pode gerar mais envolvimento. O professor pode ofertar três estratégias, por exemplo: indicar leitura de trecho de um livro, recomendar um documentário ou vídeo, ou então indicar fontes primárias, como pesquisas, sobre o assunto tratado. Assim, é possível atender a perfis bem amplos de estudantes, capturando os interesses de um número maior de alunos.
Momentos expositivos apenas para apoiar contextualização
Aulas meramente expositivas, que estimulavam pouco a participação dos alunos, tornaram-se inviáveis no contexto online. Por isso, elas precisam ser dosadas e concentradas, por exemplo, em momentos de contextualização dos conteúdos novos.
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