Será que seus alunos estão mesmo participando das aulas remotas?
A tradicional chamada já não é suficiente para saber isso. Mas, se a aula for interativa, as coisas ficam mais fáceis
Atividades que estimulam a interação no ensino remoto (veja aqui algumas sugestões) são ótimas para mostrar ao professor de que forma o aluno está se conectando ao tema proposto na aula ou projeto. Nesse contexto, as ferramentas digitais indicam de maneira bastante palpável a participação dos alunos numa atividade. Formulários online para preenchimento de respostas ou de múltiplas escolhas, quizzes ou mesmo as falas nos chats são termômetros para o professor medir essa conexão.
Usar dessas ferramentas de interação engajam o aluno do começo ao fim da aula. “O professor pode estimular as participações ao longo de toda a aula e não apenas no final. Até porque uma aula pensada numa estrutura mais interativa é mais interessante”, analisa Renata Capovilla, formadora de professores em tecnologia educacional.
Aulas remotas que solicitam do aluno uma postura atuante evitam que ele caia na invisibilidade da sala de aula. “Algo que já poderia acontecer na aula presencial e que também é algo real nas remotas, com as telas de vídeo fechadas e botões desligados de áudio”, aponta Rodrigo Nogueira, professor de Biologia e coordenador de Tecnologia Educacional na Escola Santo Tomás de Aquino, de Belo Horizonte (MG).
Ele indica usar formas variadas de interfaces para desenvolver habilidades de alunos com diferentes personalidades, dos mais tímidos aos mais participativos. O desempenho nas aulas remotas também pode ser estimulado como critério para avaliação desses estudantes. Nogueira conta que na escola em que trabalha a pontuação das provas mudou e agora os trabalhos feitos em conjunto nas aulas remotas também ganharam peso importante na composição das avaliações finais.
Mas mesmo em aulas interativas, os alunos podem não ter uma atuação tão altiva. E aí? Luciana Santos, coordenadora de projetos na Foreducation EdTEch, o impacto emocional lembra o quão pesado esse período de isolamento é para todos, em especial para os jovens. “A escola precisa dedicar atenção para este contexto”, afirma. É importante falar em particular com aluno e família para acolher melhor quem não esteja lidando bem com o momento e se mostra apático nas aulas e atividades remotas. “Grupos de estudos montados para agrupar jovens fora dos horários das aulas podem funcionar bem, e se transformarem em espaços de acolhimento importantes”, sugere.
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