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Baixe: Fichas comparativas dos processos de Independência no Brasil, Haiti e EUA

Saiba informações, datas e documentos históricos sobre as independências dos três países da América

Na imagem, três obras que retratam processos de Independência: dos Estados Unidos, Battle of Guilford Courthouse, de H. Charles McBarron; do Haiti, Bitwa na San Domingo, de January Suchodolski; e do Brasil, Coroação de D. Pedro I, de Jean-Baptiste Debret. Ilustração: Wikimedia Commons/Caronte Design

Contextualizar os processos de independências das Américas é fundamental para que os alunos compreendam de maneira crítica os seus desdobramentos para a constituição dos países após o desligamento de seus colonizadores. Desta forma, comparar os acontecimentos de diferentes países é uma forma eficiente de apresentar a história e seus efeitos. 

Segundo Eder Ribeiro, doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor do Instituto Federal em São Paulo (IFSP), a primeira coisa a se considerar é que a América, por ter sido colonizada por diferentes reinos europeus, estava profundamente ligada aos acontecimentos que se passavam na Europa. O que chegava da Europa, no entanto, produziu efeitos diferentes nas colônias. 

Para ajudar seus alunos a realizarem um estudo comparativo, NOVA ESCOLA preparou, com a ajuda de Eder, um arquivo com fichas que reúnem as principais informações sobre a Independência dos três países: 

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A seguir, você confere uma síntese do que está no arquivo acima.

Brasil 

No Brasil, conforme explica Ribeiro, o processo de Independência começou com a chegada da família real em 1808. Algumas decisões práticas tiveram de ser tomadas, como a abertura dos portos e a revogação da proibição da instalação de fábricas e manufaturas na colônia brasileira, ambos em 1808. Ainda segundo o professor, interessa destacar que uma vertente da historiografia considera a abertura dos portos o ponto decisivo para a Independência do Brasil. Essa visão defende que a liberdade de comércio na América portuguesa colocou em lados opostos brasileiros e portugueses, cujas diferenças inconciliáveis levariam mais tarde à Independência. “Isso significa dizer que muitos dos que vieram para o País após a chegada da família real se estabeleceram por aqui e passaram a orientar suas ações e interesses a partir dessa nova realidade, fatores decisivos para se compreender o futuro rompimento com Portugal.”

Estados Unidos 

Nos Estados Unidos, o início do processo de Independência dos Estados Unidos é a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), conflito entre Inglaterra e França pelo controle de terras no Norte da América. Embora a Inglaterra tenha vencido, a guerra foi cara. Para repor os custos, o Parlamento inglês transferiu o pagamento das despesas para os residentes das Treze Colônias, regiões de domínio inglês, com a Lei do Açúcar e a Lei do Chá. “Mas as leis, em vez de evitar questionamentos, acabaram estimulando a organização dos colonos”, explica Ribeiro. Os impasses e a crescente hostilidade levaram os colonos a se unirem: foi formado o exército continental e George Washington se torna seu comandante. “Mas o fato mais significativo foi a elaboração da Declaração da Independência, em 1776, e a recusa inglesa, o que levou à Guerra de Independência”, conta Ribeiro. 

Haiti

No Haiti, a então Ilha de Hispaniola era dividida entre os franceses, que ocupavam a parte oeste, e os espanhóis, que dominavam a parte leste. No fim do século XVIII, a porção francesa de Saint-Domingue era uma próspera colônia produtora de açúcar. O início da Revolução Francesa (1789) criou nos habitantes da ilha, composta por esmagadora maioria de escravizados, a expectativa de colocar fim às exigências do colonialismo francês e às péssimas condições de vida e trabalho a que eram submetidos. Em 1791, impulsionados pela frustração da Revolução não terem lhes concedido a liberdade, um movimento que contou com a participação de escravizados, mulatos e ex-escravos, sob a liderança de Toussaint Louverture, decidiu colocar fim ao poder exercido pela reduzida elite branca.

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