Para se inspirar

Guia: dicas para levar o afeto para o WhastApp nas aulas de EJA

Com base na experiência de Renata Gibelli, que leciona História na EJA, NOVA ESCOLA elaborou algumas dicas para você usar o WhatsApp para ficar mais perto dos alunos

De longe, mas de perto: Renata Gibelli buscou conversar individualmente com seus alunos. Foto: Hudson Rodrigues/NOVA ESCOLA

Renata Gibelli é professora de História do CIEJA Professor Francisco Hernani Alverne Facundo Leite, em Interlagos, na capital paulista. Ela encontrou nas conversas individuais pelo WhatsApp uma forma de se manter próxima dos alunos, alimentando as relações de afeto e confiança tão importantes para manter o engajamento dos alunos na educação de jovens e adultos. 

Segundo Renata, a estratégia foi o atendimento individualizado, para além do que é feito em grupo com a turma toda. “Atender e conversar com os estudantes por meio de seus números privados de WhatsApp foi a forma que encontramos para conseguir escutar e compreender um pouco melhor a diversidade de realidades que estavam e estão vivenciando”, explica.

Com base na experiência da professora Renata, NOVA ESCOLA elaborou esse pequeno guia para ajudar professores de todo o Brasil a melhorarem a comunicação com os seus alunos nesses tempos de ensino remoto, usando o WhatsApp como ferramenta de afeto. Na lista abaixo, você também vai conhecer alguns cartões bem humorados que a docente compartilhou com os alunos.


WHATSAPP COMO FERRAMENTA DE AFETO

1. Sempre procure saber como os alunos estão: pergunte sobre a família, a rotina no trabalho e sobre as dificuldades em se manter nos estudos.

2. Prefira áudios, pois os alunos sentem falta de ouvir a sua voz. Mas tenha bom senso: use áudios breves e oriente os alunos a fazerem o mesmo ao interagirem com você.

3. Mantenha a esperança de que vocês se reencontrarão em breve: faça planos com os alunos, pois isso fortalece a identidade do grupo. Por exemplo: “Quando voltarmos para escola faremos um café da manhã coletivo”. Ou: “quando estivermos juntos vamos retomar o clube de leitura”.

Foto: Renata Gibelli/Arquivo pessoal

4. Reforce as memórias comuns compartilhando fotos que tiraram juntos em anos anteriores, como em eventos da escola, festas, passeios ou visitas culturais.

5. Cuide da formatação das mensagens para torná-las claras e objetivas. Use negrito, separe os parágrafos, use emojis que tenham relação com o tema da aula ou o assunto abordado. A professora Renata costuma usar fotos e balões para tornar a comunicação mais descontraída.

6. Comece as aulas ou demais atividades com a chamada e, conforme os alunos colocam seus nomes, responda um “bom dia” individualmente, citando o nome do aluno e perguntando como ele está.

Foto: Renata Gibelli/Arquivo pessoal


7. Na hora de aplicar atividades, proponha um passo a passo para orientá-los: primeiro envie um vídeo, depois o áudio com a explicação e depois a atividade em PDF para ser baixada. Aqui, a formatação da mensagem ajuda bastante na compreensão e deixa o conteúdo mais convidativo.

8. Após as orientações, os alunos têm um tempo para a atividade. Fique à disposição para responder perguntas e tirar dúvidas. Se o grupo ficar silencioso por muito tempo, pergunte se eles continuam por lá, se está tudo bem, se estão com alguma dificuldade. Diga que o canal está aberto tanto para questionamentos sobre a atividade quanto para conversas individuais.

9. Ao final de qualquer atividade, sempre agradeça a companhia dos alunos, valorize o tempo e o trabalho deles. Veja, abaixo, um exemplo feito pela professora:

Foto: Renata Gibelli/Arquivo pessoal


10. Use no mundo digital as mesmas propostas de reforço positivo que usaria em sala de aula. Peça foto dos cadernos e elogie a organização, a pontualidade da entrega… Use frases que enfatizam as competências que os alunos já têm.

11. Ao levantar os pontos que necessitam de aprimoramento, use principalmente as conversas privadas. O mesmo vale para sanar dúvidas.

12. Nos áudios para solucionar dúvidas, repita o questionamento do aluno, responda-o, e levante novos questionamentos que o faça pensar a respeito do conteúdo trabalhado. Por exemplo: Você me disse que não entendeu a pergunta dois que diz  “como devemos combater a propagação das fake News?” Propagação vem de propagar que significa multiplicar, aumentar. Então, pense comigo, o que você, no seu dia a dia, pode fazer para evitar que as notícias falsas se espalhem?

13. Encerre com mensagens de incentivo, enfatizando que você tem certeza de que conseguirão avançar. Exemplo: “Pense aí e depois me conte. Concentre. Tenho certeza que você consegue.”

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