Parceria:

PARA USAR COM OS ALUNOS

Atividade de Geografia: Como o tempo de deslocamento impacta a rotina da periferia

Uma proposta para refletir sobre as condições de mobilidade, vida e trabalho dos moradores das regiões periféricas de grandes centros urbanos

Ilustração de ponto de ônibus com personagem dando sinal. No interior do ônibus, um menino mexe no celular enquanto é possível ver um pop-up mostrando a tela do celular dele com um longo trajeto no mapa marcado.
Ilustração: Pedro Hamdan/NOVA ESCOLA


Um dos marcadores da desigualdade entre o centro e a periferia de grandes cidades é o tempo de deslocamento casa–trabalho. O Mapa da Desigualdade 2020, lançado pela Rede Nossa SP, ilustra bem este fato. Enquanto moradores de regiões centrais de São Paulo levam, por exemplo, em média 56 minutos para chegar ao trabalho, os habitantes da periferia da capital paulista levam mais de duas horas.

Dados como esses mostram a relevância de refletir com os alunos sobre a dinâmica centro–periferia, investigando as causas e os impactos do tempo gasto no transporte, para compreender as relações entre mobilidade e segregação socioespacial em ambientes urbanos

Na atividade abaixo, Maria Ediney Silva, professora de Geografia e integrante do Time de Autores de NOVA ESCOLA, sugere como trabalhar o tema com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental a partir de metodologias ativas. Confira:

Divisória de abertura de atividade para o especial em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen.

ATIVIDADE: TEMPO DE DESLOCAMENTO E A ROTINA DAS PERIFERIAS

Investigue as relações entre mobilidade e segregação socioespacial na dinâmica centro–periferia dos grandes centros urbanos a partir do tempo gasto no transporte


Indicado para: 8º ano do Ensino Fundamental

Materiais: Acesso à internet, plataformas síncronas (como Zoom e Google Meet) em caso de aula remota e mapa on-line (Google Maps).

Na BNCC: EF08GE16 - Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.

EF08GE17 - Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e zonas de risco.

EF08GE18 - Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.


PASSO A PASSO

1. Introduza o tema: Comece a aula perguntando aos estudantes sobre o trajeto que fazem de casa até a escola. Eles utilizam algum meio de transporte? Quanto tempo levam para percorrer o caminho? O que esse tempo de deslocamento representa no fim do dia? Instigue os alunos a refletirem sobre como esse deslocamento impacta a rotina deles. 

PONTO DE ATENÇÃO:  É importante discutir com os estudantes sobre a relação centro–periferia, esclarecendo que os espaços mais distantes do centro, além de possuírem menor oferta de serviços de educação, lazer e trabalho, estabelecem maior dependência da rede de transporte e infraestrutura pública para o deslocamento da sua população. Busque envolver a questão da distância entre a residência e o trabalho, com o tempo gasto no trajeto. 

2. Relacione o tema com a pandemia de Covid-19: A partir das reflexões sobre tempo de deslocamento e uso do transporte público, contextualize o tema com esta pandemia. Mobilize questões sobre os riscos que os usuários de ônibus, trem e metrô enfrentam neste período, principalmente quando consideramos as condições e o tempo de permanência no interior dos meios de transporte como um agravador das chances de contaminação. Vale apresentar imagens do transporte público de cidades como São Paulo neste período. 

3. Utilize a cartografia como apoio: Em seguida, utilize um mapa da cidade para que os estudantes vejam retratadas as informações que levantaram no início da aula. Utilizando a escola como ponto de referência, mostre aos alunos onde ela está localizada no mapa e aponte quais são os bairros centrais e periféricos, refletindo sobre como essas distâncias impactam o dia a dia das pessoas. É possível mostrar o mapa da cidade a partir de ferramentas on-line, como o Google Maps. Se escolher utilizar uma imagem estática, garanta a qualidade e a resolução da figura para não comprometer sua visualização.

4. Solicite um “diário de bordo”: Peça, então, aos estudantes para que produzam um diário sobre o itinerário casa–escola, por meio do qual devam registrar o horário de saída de casa e chegada na escola e suas percepções sobre o trajeto. Depois, solicite que construam um mapa dessa rota. O exercício pode ser feito com base em um mapa da cidade disponibilizado pelo professor previamente. 

5. Fomente as trocas: Reserve um momento para os estudantes compartilharem as informações coletadas por meio de seus diários de bordo e mapas com os colegas. Quão diferentes são seus itinerários e percepções sobre os trajetos e a cidade? Estimule-os a refletirem sobre essas questões.  

6. Proponha soluções: Para concluir, mobilize os alunos para que pesquisem soluções para os problemas referentes à mobilidade apontados no decorrer das atividades, como a criação de políticas públicas para facilitar o acesso da periferia ao centro da cidade, além de alternativas e opções inovadoras para que percam menos tempo em seus deslocamentos diários, como, por exemplo, o uso de bicicletas (saiba mais aqui). A partir disso, a turma pode construir um material com as principais ideias levantadas pelos estudantes.


MATERIAL DE APOIO

Mapa da Desigualdade 2020 revela diferenças entre os distritos da capital paulista
Transporte público e a covid-19
Passageiros reclamam de aglomerações em ônibus lotados em São Paulo durante fase vermelha contra a pandemia

Divisória de fechamento de atividade para o especial em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen.

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