Na prática

Para quebrar o gelo e encarar 2022: como uma escola está se mobilizando para o fechamento do ano

UEB Professor Ronald da Silva Carvalho, em São Luís, prepara programação de atividades que já apresenta o próximo professor da turma para 2022

Ilustração abstrata de professor em frente a lousa, com cadeiras flutuando ao redor.
Ilustração: Rafaela Pascotto/NOVA ESCOLA

No dia em que a NOVA ESCOLA fez contato com a professora Marília Barbosa de Abreu, no fim de novembro, a rotina da UEB Professor Ronald da Silva Carvalho, localizada em São Luís, capital maranhense, estava em aberto. 

A coordenadora pedagógica tinha sido diagnosticada com covid-19, e as aulas na semana foram suspensas até que toda a equipe escolar fizesse os testes para descartar qualquer possibilidade de contaminação. No dia seguinte, o risco já estava afastado com os resultados negativos para a doença, registrados pelos docentes e gestores. 

O episódio até resume um pouco de 2021, ano que exigiu tanta resiliência da comunidade escolar e tomada de decisões ágeis – também nessa reta final de ano letivo. 


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Diante da imprevisibilidade da volta da coordenadora, Marília voluntariou-se a organizar a programação de encerramento do ano na escola. Nas próximas semanas, ela, que é professora do 1º ano, planeja convidar os demais docentes a criarem atividades para formar uma grande programação na escola, que possui dez turmas. 

“Vou pedir que cada um pense em produções, apresentações para mostrar um pouco de como gosta de trabalhar com a turma”, conta. Para a sua, Marília pensou em fazer uma oficina de enfeites natalinos com material reciclável.

Depois, a ideia é de que cada turma visite a exposição feita pela turma no ano seguinte. Tudo organizado para evitar aglomerações. “Será uma maneira de os alunos conhecerem também o professor do próximo ano, de quebrar o gelo, e pensar em 2022 com mais animação”, explica Marília.

Tudo deverá ser registrado em fotos e vídeos para mostrar aos pais e responsáveis nas reuniões particulares de devolutivas finais – neste ano, se evitará a presença de todos eles em um evento maior de encerramento.

Os encontros particulares com as famílias fecharão o ano marcado pelas devolutivas bimestrais, em sua maioria feitas de forma remota.

Avaliações flexíveis no encerramento do ano letivo

A programação de fechamento de atividades pensada pela professora alinha-se ao tom do trabalho executado pela equipe escolar nesta conclusão de ano, de maior autonomia aos professores. Os formatos das avaliações finais de cada turma serão escolhidos pelos docentes e aplicados uma semana antes do encerramento. 

“Este ano decidimos que a semana de avaliações não seria convencional, porém muito mais flexível. Cabendo ao professor compreender como pretende avaliar cada aluno da turma. Eu, por exemplo, vou optar por avaliações mais proximais, com os estudantes vindo à minha mesa, um a um, para que eu possa qualificar a leitura e a escrita”, explica. 

Diferentemente de 2020, a escola não fará aprovação automática. No fechamento de 2021, as faltas pesarão mais numa decisão de reprovação do que questões relacionadas a defasagens de aprendizagem.

O próximo ano letivo também continuará a ser de muita parceria entre os professores, especialmente com relação à grade curricular. “Na reunião de gestão, vamos alertar sobre os conteúdos que não puderam ser aplicados e que merecem atenção do professor já no início de 2022”, analisa Marília.

Para a docente, maior do que a preocupação com as defasagens já mapeadas pela equipe é o cuidado com a saúde mental dos estudantes. “Tivemos um ano muito corrido. Voltamos para o presencial para resgatar o que o aluno perdeu na aprendizagem. Mas esse é um processo lento. Mais importante agora é avaliar como os estudantes estão se sentindo.” Para ela, a atividade de encerramento é importante para apoiar o aluno neste desfecho. “Os alunos precisam sentir-se acolhidos, além de seguros e preparados para ir para um novo ano, com novos desafios”, reflete.

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