10 dicas para revisar e flexibilizar o planejamento o ano todo
Com a pandemia ainda em curso, qualquer planejamento estará sujeito a oscilações. Veja como criar um programa de revisões do planejamento
Se 2020 foi o ano das rupturas, em 2021 antecipá-las é a lição de casa. O planejamento do ano deve prever a revisão permanente das práticas ante os desafios herdados do ano passado, e das indefinições e mudanças que nos aguardam neste que se inicia.
“Faz muito pouco sentido montar um planejamento pedagógico cheio de certezas. Não sabemos como a pandemia vai se desenrolar, e disso depende nosso trabalho hoje. O ideal é traçar metas curtas, planos de ensino para ciclos menores, de forma que seja possível reavaliar quando for necessário”, explica Joice Lamb, coordenadora pedagógica da EMEF Profª Adolfina J. M. Diefenthäler, em Novo Hamburgo (RS). Especialista em gestão escolar pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), a educadora foi consultora pedagógica para todos os conteúdos da Caixa desta semana.
Joice indica aqui dez pontos que devem ser levados em conta para estruturar um programa de reavaliação do planejamento pedagógico inicial. Eles ajudarão a tornar o trabalho de toda a comunidade escolar, especialmente dos professores, menos desgastante. Confira:
1. Protagonismo agora e sempre
Os professores devem compreender que o planejamento do ano somente será feito a partir das necessidades dos alunos, e não das necessidades do sistema escolar.
“Muitas vezes, os gestores dizem que o planejamento deve ser feito a partir do diagnóstico, mas pedem plano de estudo anual. Depois do plano feito, todos têm menos desejo de alterá-los para melhorar o desempenho dos alunos, e acabam tentando organizá-los para cumprir um plano que não faz sentido”, alerta Joice.
2. Sendo assim, foco no diagnóstico
É preciso nitidez na definição de que os professores devem, primeiro, realizar o diagnóstico.
3. Análise conjunta
Organize os resultados dos diagnósticos em planilhas abertas, de modo que todos possam acompanhar e sugerir. Certamente, 2020 foi um ano de perdas, e, mais do que nunca, é preciso que os professores troquem informações entre os alunos e as turmas e revisitem habilidades e aprendizagens essenciais caso necessário.
4. Ciclos menores
Peça planos de estudo para ciclos mais curtos, como dois meses. Isso tornará a adaptação do planejamento pedagógico menos traumática, caso os diagnósticos apontem a necessidade de recondução de rota no ensino e aprendizagem.
5. Trabalho em parceria
Planeje coletivamente o projeto de trabalho. “Por exemplo, uma reunião com os professores do 1º ao 3° ano para planejar a alfabetização; do 4° e 5º para planejar o acolhimento depois da alfabetização, e por ai vai”, sugere Joice.
6. Reuniões por turma regulares
Faça um calendário anual de reuniões para garantir o planejamento contínuo, e para refinar esse planejamento. Por exemplo, uma reunião no meio do plano para verificar se o plano está sendo cumprido sem problemas, e outra antes do final para avaliar os resultados e planejar a sequência sem interrupção.
7. Humor da turma
Garanta autoavaliações contínuas com os alunos para entender como eles estão sentindo o planejamento. Isso ajudará a não ceder às propostas arbitrárias.
8. Supervisão
Os gestores também devem ter um calendário de visitas nas salas de aula ou nos encontros virtuais. “Não para fiscalizar os professores, mas para compreender como está sendo desenvolvido o plano”, explica a coordenadora.
9. Apoio professor-professor
Muitas das práticas ainda são novas para os professores e precisam ser avaliadas por eles mesmos. Crie espaços de autoavaliação coletiva. Ali eles poderão decidir juntos o que está ou não funcionando e apoiar-se.
10. Metas curtas para um bom desempenho
Mesmo diante de toda adversidade, a escola precisa ter formas de medir o desempenho dos alunos. Trace metas curtas e avalie as conquistas e perdas, e crie com os professores critérios para medir esse desempenho.
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