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Baixe o infográfico: A casa como lugar de aprendizagem
Em cada canto, uma oportunidade para a criançada encarar novos desafios, se desenvolver, ganhar autonomia e ainda aprender a importância de colaborar com a rotina familiar
O dia a dia de uma casa é agitado. Entre o corre-corre das crianças, é preciso arrumar as camas, tirar o lixo do banheiro, preparar o almoço, varrer o chão, guardar os brinquedos, lavar a louça, preparar o lanche da tarde, regar as plantas... E logo mais já é hora de voltar à cozinha e fazer o jantar! Por que não incentivar a criançada, desde cedo, a participar das atividades? Elas têm muito a aprender com toda essa dinâmica, além de poder ajudar os familiares adultos. "Todos estão sobrecarregados neste momento de isolamento social. É uma ótima saída combinar a rotina com a aprendizagem", diz Gabriela Macedo, formadora de Educação Infantil da Comunidade Educativa CEDAC.
Antes de sugerir isso às famílias, é importante esclarecer os motivos para que invistam na ideia. Nem sempre inserir os pequenos na rotina doméstica é algo encarado com bons olhos por algumas pessoas, receosas de que eles estarão deixando de aprender o que realmente importa. “Ajudar nas tarefas domésticas colabora realmente com o desenvolvimento dos pequenos: o currículo da Educação Infantil é, em essência, a vida cotidiana”, explica Karina Rizek, coordenadora pedagógica da Avante Educação. Em relação às demais aprendizagens, mais acadêmicas: haverá tempo suficiente para que ocorram, tanto durante a Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental. Inclusive, de acordo com Karina, insistir nelas agora tende a não ser produtivo, pois não faz sentido querer reproduzir um ambiente da classe em casa.
Para abordar o assunto com as famílias, é interessante conversar com elas sobre como tem sido a rotina e tentar identificar e dialogar sobre as oportunidades de convidar os pequenos para que ajudem. Vá explicando que permitir às crianças de 4 a 5 anos para que ajudem a tirar o lixo, arrumem a cama e se banhem, por exemplo, são atividades que estimulam a autonomia delas, a coordenação motora e aprendizagens mil sobre o cuidado consigo mesmas e com o ambiente. "Não se trata de colocar a responsabilidade nelas, mas de fazer junto”, comenta Gabriela. Na prática, por exemplo, enquanto um adulto varre o chão da sala, a criança pode fazer o mesmo com uma vassourinha de brinquedo ou ajudar segurando a pazinha para recolher a poeira.
A hora da refeição é um momento rico. Vale a pena permitir que os pequenos, desde os 4 anos, ajudem a colocar a mesa da refeição, o que vai exigir deles não só cautela com os objetos, mas também, fazer cálculos matemáticos simples: contar quantas pessoas vão comer ao separar os pratos, copos e talheres. Outra boa pedida é estimular que se sirvam sozinhos, aprendendo a estimar a quantidade de comida que vão ingerir.
Para as crianças de 3 anos ou menos, participar da rotina do lar pode estar em ações mais simples, como segurar uma fralda limpa durante a troca ou a roupa que será vestida após o banho.
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