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Perguntas que aproximam adultos e crianças
Reunir os pequenos com seus pais, tios, avós ou outros membros da família pode render uma boa prosa e é uma oportunidade para todos se conhecerem melhor
A pandemia trouxe uma série de questionamentos e inseguranças para as crianças: o medo da doença, da morte, a preocupação com pessoas queridas e sobre como cuidar de si. No mais, os pequenos tiveram de se adaptar rapidamente à nova rotina, sem a escola. Dar espaço para que falem sobre isso é condição importante para que elas sigam se desenvolvendo e cresçam se sentindo seguras e acolhidas. "O diálogo ajuda os adultos a entenderem como proporcionar condições favoráveis para que os pequenos fiquem bem e descobrir como podem ajudá-los a criarem recursos próprios para lidar com tudo o que está acontecendo", explica Gabriela Macedo, formadora de Educação Infantil da Comunidade Educativa CEDAC.
Apostar em questões lúdicas e diversas, dando espaço para falar sobre sonhos, experiências, medos, histórias de vida e dúvidas também, é um bom caminho para que os pequenos tenham espaço para imaginar e elaborar suas próprias perspectivas, expressar emoções e pensamentos.
Conversar é uma forma de conhecer melhor o universo interno das crianças e de os adultos se revelarem mais para elas também. "Quando expomos nossos medos, de maneira leve, aumentamos a proximidade e ensinamos que as relações e o dia a dia são compostos de diferentes tonalidades, que variam com o nosso humor. Assim, os pequenos vão compreendendo que há um momento para cada coisa, refinando sua escuta para o mundo e para o outro", explica Gabriela.
Para conduzir essas conversas de maneira proveitosa, Karina Rizek, coordenadora pedagógica da Avante Educação e Mobilização Social e formadora da Escola de Educadores, recomenda aproveitar os momentos em que a criança está mais relaxada, tranquila. "Ao perguntar alguma coisa, o adulto tem de estar genuinamente interessado na resposta dela, sem a expectativa de que ela responda algo que ele espera. Não existe certo ou errado nesse caso", explica Karina.
4 dicas para conduzir bem conversas com bebês e crianças pequenas
- Use um tom de voz normal. Na tentativa de se mostrar próximo, o adulto tende ceder à tentação de imitar a forma como os pequenos falam. Em lugar disso, experimente se comunicar normalmente: o que os atrai é perceber que estão sendo ouvidos.
- Evite usar diminutivos. Em vez de apostar em palavras como “bonitinho”, “fofinho”, “cachorrinho” etc., também pode ser uma tentativa de tornar o ambiente mais agradável e atrativo para a criança. Mas existem outras formas de incentivo, como fazer perguntas provocativas e convidá-la a fazer escolhas.
- Amplie o vocabulário da criança. Retomar o que ela diz pode ser muito bem-vindo, mas não é necessário repetir o que ela diz o tempo todo. É por meio do diálogo com o outro que a criança tem a oportunidade de ampliar a gama de palavras que conhece e usa.
- Para desenvolver a oralidade. Quando está aprendendo a falar, os pequenos recorrem a termos aproximados. Por exemplo, diz “tetéu” em vez de “chapéu”. Nesse caso, vale retomar a fala deles, formulando outra frase em que você pronuncia o que ele disse, mas de forma adequada.
Perguntas que vão dar o que falar
Para fortalecer o vínculo afetivo entre adultos e crianças, o Movimento Todos Pela Educação lançou a publicação 100 Perguntas Que Vão Dar o Que Falar, elaborada pela Comunidade Educativa CEDAC. Confira 8 questões para inspirar um bom papo em família:
- O que você sente e pensa ao saber que te amo?
- O que te deixa com muita raiva?
- Que profissão você acha mais legal? Por quê?
- Se pudesse entrar em uma piscina cheia de uma coisa a escolher, o que você escolheria?
- Se pudesse escolher o sonho da próxima noite, o que escolheria para sonhar?
- Se você fosse a pessoa mais poderosa do planeta, o que faria?
- O que você mais gosta de fazer quando está em casa?
- Se você pudesse escolher uma coisa para ter para sempre, o que seria?
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