SUGESTÃO DE ATIVIDADE

Caça aos tesouros da natureza: conheça uma das propostas da professora Sandra

Assumindo o papel de pirata, a educadora estimula em vídeos que as crianças coletem elementos encontrados ao ar livre para depois criarem bonecos e realizarem experimentos com gelo

Sandra veste-se de pirata para convidar os alunos a uma caça aos tesouros da natureza. Foto: Ricardo Lima/NOVA ESCOLA

Competir com a tecnologia está cada vez mais difícil para professores e pais. Os jogos digitais são muitos, estão sempre se atualizando e caem rapidamente no gosto das crianças, que podem perder o interesse em realizar algumas atividades práticas que exijam passar muito tempo longe das telas. Para atrair sua atenção, é preciso propor atividades diferenciadas e dinâmicas que permitam diferentes explorações.

A professora Sandra Waragai criou uma interessante sequência de atividades que receberam muitos elogios dos pais e responsáveis e tiveram a participação de muitas crianças, mesmo a distância: uma caça ao tesouro, que consiste na busca e exploração de elementos da natureza. “Eu já tinha começado a pensar em propostas com a utilização de elementos naturais no começo do ano, mas a pandemia chegou e não deu tempo de realizá-las. Como a creche em que trabalho é da zona rural, foi um bom modo de  propor algo com o que as crianças já têm em casa”, diz a professora Sandra. 

Tudo começou com o vídeo de Sandra em um cenário virtual que exibia um navio. Ela estava vestida de pirata, contou sobre sua exploração e convidou a turma a participar da brincadeira. O aviso dado por ela foi: “Lembrem-se, piratas: tudo na natureza é um tesouro valioso”. No final, cada criança tinha seu próprio baú de tesouros e fez esculturas e experiências científicas com o que selecionou para colocar nele. 

Confira, abaixo, o passo a passo da sugestão de atividade. 

ATIVIDADE: CRIANÇAS PIRATAS EMBARCAM NUMA EXPEDIÇÃO PELA NATUREZA

Com vídeos, utilize o faz de conta para estimular as crianças a realizarem explorações ao ar livre


Indicado para: Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (4 anos a 6 anos e 2 meses)

Materiais: Baú pequeno ou caixa de sapatos, elementos da natureza (gravetos, folhas, pedras, pétalas de flores, conchas, punhados de terra ou areia), folha sulfite, lápis, vasilha, água.

Espaço: Quintal ou espaço aberto que possa ser frequentado pela família (ruas do bairro, área de lazer do condomínio, parque, parquinho, praia). Caso não haja elementos naturais na casa e a família opte por realizar a exploração em local público, o distanciamento social deve ser respeitado com atenção.

Na BNCC: “Explorar” é um dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento da Educação Infantil.


PASSO A PASSO

Parte 1

1. Apresente a proposta: Assumindo o papel de pirata, conte para as crianças que você viveu uma aventura na busca por tesouros. Abra o seu baú (que pode ser feito com uma caixa de sapatos) e mostre que você encontrou gravetos, pedras, folhas. Diga que, assim como tudo que vem da natureza, esses elementos são muito importantes e por isso merecem estar no baú. 

2. Faça o convite: Convide as crianças e suas famílias a também realizarem uma caça ao tesouro. Para isso, explique que elas devem primeiro fazer uma “varinha de imaginar” utilizando um graveto ou espeto (com a ponta cortada). Depois, escolher uma caixa para guardar o que foi encontrado. A varinha tem o poder de transformar essa caixa em um baú e o quintal de casa em uma ilha no meio do oceano, por exemplo.

3. Reconhecimento do espaço: Todo pirata lembra-se de onde encontra e onde guarda o seu tesouro e registra o local em um mapa. Peça que cada criança leve consigo uma folha sulfite e um lápis para desenhar um mapa do espaço onde está e onde encontrou cada elemento que selecionou para o seu baú. Por exemplo: quantos passos foram dados da porta até o vaso de plantas onde uma folha caída foi recolhida? Na sequência, em qual direção a criança andou até encontrar um graveto.

4. Compartilhando descobertas: Um pirata precisa saber guardar segredos, mas como todos são amigos, peça que as famílias fotografem o baú de tesouros das crianças e enviem as imagens no grupo da turma para que todos vejam o que os colegas encontraram. 

Parte 2

5. Trabalhando a forma humana: Com a “varinha de imaginar” e um pouco de trabalho manual, os gravetos recolhidos na parte 1 da atividade poderão ser transformados em bonecos. Para orientar as famílias a como fazer esse trabalho, sugira o vídeo “Como fazer uma pessoa graveto?”, do canal Ser Criança É Natural. Além dos gravetos e barbante, é possível utilizar a criatividade para acrescentar folhas e pedras aos bonecos.  

6. Ressignificação: Depois que os bonecos estiverem montados, peça que as crianças utilizem suas varinhas para imaginar o que essas pessoas gravetos podem ser: um brinquedo, um enfeite de parede, o personagem de um teatro de bonecos...

Parte 3

7. Experiência com gelo: Um pirata nunca quer perder os seus tesouros. Mas como preservar elementos que podem se deteriorar, como uma folha ou pétala de flor, por exemplo? Uma das formas de fazer isso é o congelamento. Peça que as crianças coloquem alguns dos elementos da natureza de seu baú em uma vasilha plástica, encham com água e deixem por algumas horas no congelador. 

8. Observação: Com a ajuda dos pais, as crianças devem desenformar a grande pedra de gelo que se formou e aí observá-la. O que teria acontecido com a água caso a vasilha fosse colocada na geladeira e não no congelador? Ainda é possível observar o que foi colocado lá dentro? Se uma pedrinha é deixada por 10 segundos em cima do bloco de gelo, ela fica mais fria?

9. Finalização: As crianças devem observar e, caso queiram, fotografar o processo de degelo e como este ocorre. Quando for concluído, precisam escolher o que fazer com os elementos que estavam lá dentro: guardá-los de volta no baú ou devolvê-los à natureza.

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