MATERIAIS PARA O PROFESSOR

Nem tudo é virtual: conheça o “diário de bordo” da turma de Sandra

Em meio a tanta tecnologia, a educadora preferiu imprimir fotos e escrever à mão em um caderno o registro das atividades e do desenvolvimento dos pequenos

Sandra tem mantido um portfólio impresso das atividades na quarentena. Foto: Ricardo Lima/NOVA ESCOLA

Professores de Educação Infantil estão acostumados às pastas de atividades e aos portfólios, que armazenam desenhos e propostas realizadas pelas crianças. Depois que o ano letivo acaba, muitas dessas pastas permanecem durante anos guardadas em armários e baús pelos pais e responsáveis, que têm um material concreto para recordar a infância de seus filhos. Além do valor afetivo, o portfólio é essencial para o trabalho do professor responsável pela criança e para quem irá recebê-la no próximo ano letivo. Através desse material, eles podem analisar o que foi realizado e como a criança se desenvolveu ao longo do tempo. 

Porém, como criar e manter um portfólio quando as atividades escolares são realizadas de modo remoto? Os modos são muitos e variam entre digitais, impressos, manuscritos e híbridos, e em todos esses formatos o essencial é contar com a participação das famílias para estruturar o portfólio. Afinal de contas, como os educadores não estão observando as crianças pessoalmente e não têm acesso direto às suas produções, os pais precisam registrar - por meio de fotos, vídeos curtos e áudios - as experiências que seus filhos estão vivenciando em casa.

O diário da professora Sandra

Sandra Waragai sempre trabalhou com um Diário de Bordo, que ela quis manter durante a quarentena. Depois que Sandra sugere uma atividade e estabelece um tempo para que seja realizada, as famílias começam a enviar alguns registros. “Os pais mandam fotos, vídeos e áudios das crianças e eu procuro responder na hora. Elogio bastante, digo que as crianças e suas famílias foram muito criativas, comento sobre a cor que eles utilizaram para pintar um desenho. Faço o possível para mostrar que estou atenta e interessada no que eles fazem”, conta. 

Depois, ela seleciona e imprime algumas fotos, cola em um caderno que serve de diário de bordo, legenda e escreve um breve comentário sobre como foi a semana para aquela criança. Além disso, também salva em uma pasta digital alguns dos vídeos e fotos que recebe. Ela pretende compila-los em um minidocumentário que será exibido às famílias no fim do ano.

Mas e quando a criança não quer gravar fotos ou vídeos?

O principal é pedir para os familiares não forçarem nada. Afinal, o foco está na experiência, que não precisa de registros para ser validada. “Às vezes, só o retorno dos pais já é suficiente. Se a criança não quer aparecer, pode permitir que seja tirada apenas uma foto da atividade”, explica a professora Sandra. Ela também ressalta a importância para as famílias do acompanhamento do desenvolvimento das crianças, mas que não se trata de uma avaliação. 

Ferramentas digitais para organizar um portfólio 

Além do modo físico, é possível aproveitar a atual proximidade com a tecnologia para organizar portfólios digitais. Ferramentas como o Google Drive, OneDrive e Dropbox armazenam arquivos de fotos, vídeos, áudios, tabelas e arquivos de texto. O professor pode criar uma pasta para cada criança, salvar os materiais nela e compartilhar o link com as famílias, que poderão acessá-la e baixar o que quiserem. Depois disso, os arquivos podem ser excluídos do celular do educador (que, provavelmente, está ficando bastante sobrecarregado com tudo que recebe).

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