FOI BOM OU PODE MELHORAR

A experiência, entre erros e acertos, da Escola de Educação Infantil da FAACG nos últimos meses

As educadoras da unidade comemoram o rompimento com práticas padronizadas, mas consideram que a interação a distância trouxe limitações para as atividades e para a relação com as famílias

Bruna (à esquerda) considera que as conversas com as famílias antes das atividades foi um ponto positivo. Isabella gostou de trabalhar com novas formas de documentar. Foto: Rogério Pallatta/NOVA ESCOLA

Orientados pela abordagem Reggio Emilia, já faz parte da cultura dos professores e gestores da Escola de Educação Infantil da FAACG (Fundação Antonio Antonieta Cintra Gordinho), em Jundiaí (SP), sempre revisar e repensar o trabalho pedagógico desenvolvido com os bebês e as crianças. Mas em março deste ano, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, os educadores foram desafiados a realizar esse planejamento e as propostas pedagógicas sem contar com dois dos principais pilares da Educação: os espaços da escola e a interação presencial com os pequenos.

A professora Isabella Moraes e a coordenadora pedagógica Bruna Soares da Silva compartilharam como foi essa reinvenção de suas práticas, apontando as ideias criativas e inovadoras que surgiram no contexto remoto e devem ser aproveitadas na volta às atividades presenciais, e as que podem ser aprimoradas. 

FOI BOM

Romper com práticas padronizadas

 Isabella Moraes

“Sempre discutíamos a rotina da leitura em roda: por que ela acontece em determinado momento e de certa maneira? No remoto, tivemos a oportunidade de rever isso. Passamos a olhar para a formação literária e o prazer da leitura, e começamos a inovar na contação, fazendo teatro de sombras e contações orais.”

Reconhecer as potencialidades das famílias

Isabella Moraes

“Não devemos fazer da casa uma escola, e não é essa nossa intenção. Mas convidamos as famílias a realizarem algumas atividades com as crianças e pudemos ver quão potente essas famílias são, indo muito além do que esperávamos. Vimos na prática que não só a criança é potente, mas também, a família.” 

Trabalhar com novas formas de documentar 

Isabella Moraes

“Antes ficávamos muito presos ao registro fotográfico, mas recebemos muita documentação em vídeo das famílias. Isso nos permitiu ver muito da singularidade da criança atuando em casa, de forma mais natural, um perfil diferente de interação com o grupo. Então ampliamos nosso olhar sobre quem são essas crianças.”

Conversar com as famílias antes de interagir com as crianças

Bruna Soares da Silva

“Iniciamos os encontros remotos primeiramente com as famílias, principalmente dos bebês e crianças bem pequenas da nossa escola. Isso fez com que chegássemos de maneira mais acertada com as crianças posteriormente. As mães, pais ou avós conversavam, havia troca com as educadoras da sala e também com os outros familiares, e isso refletiu de modo muito positivo!”

PODE MELHORAR

A interação com a turma.

Isabella Moraes

“Acho que precisaríamos de mais jogo de cintura na condução dos encontros on-line com as crianças.” 

Nas próximas vezes... “Precisamos pensar melhor como fazer um convite para a participação da turma e como abrir mais espaço para as crianças interagirem e participarem mais ativamente dos encontros. Além disso, temos de ter maior foco nas práticas on-line, pensando em como realizar as proposições usando mais recursos e métodos inovadores.” 

Participação limitada das famílias

Bruna Soares da Silva

“Por causa da rotina de trabalho de cada família, alguns pais não conseguiram participar dos encontros remotos.”

Nas próximas vezes... “Isso nos mostra que, apesar de todo esforço nesse período on-line, a escola continua insubstituível quando falamos na importância da relação e dos encontros.”

Mais sobre esse tema