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7 sugestões para a avaliação diagnóstica dos alunos

Na volta às aulas presenciais, será preciso verificar o quanto a turma conseguiu avançar na aprendizagem

Entender como está o desenvolvimento dos estudantes será importante para replanejar as aulas. Estúdio Kiwi | NOVA ESCOLA

No contexto de pandemia e ensino remoto, é preciso considerar que nem todos os estudantes têm a mesma oportunidade de acesso à internet. Os conteúdos escolares chegam a eles de muitas maneiras (vídeos ao vivo, atividades on-line ou exercícios impressos), o que pode provocar uma diferença muito grande no modo como cada um aprende. Realizar uma avaliação diagnóstica – para identificar como eles estão se desenvolvendo – é o primeiro passo para replanejar as ações e conseguir lidar com essa defasagem na volta às atividades presenciais. 

Conversamos com Luciana Tenuta, especialista responsável pela formação dos redatores de currículos estaduais alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da área de Matemática; Marly Machado Campos, formadora de professores e especialista em Metodologias Ativas e Sônia Madi, especialista em alfabetização, leitura e escrita, para reunir sete dicas de como realizar esse diagnóstico.

1. Defina os objetivos da avaliação

Em reuniões com os gestores e os colegas docentes, definam quais serão os objetivos da escola na volta às aulas presenciais. Para isso, a equipe deve considerar as diretrizes das redes de ensino, o período em que os estudantes ficaram com aulas a distância e o tempo para encerrar o ano letivo. “Avaliamos para tomar decisões, não só para saber como as coisas estão”, afirma Luciana. “Com base nos resultados, preciso pensar no que fazer para o aluno aprender. O que eu faço, nas condições que eu tenho, para não deixar ninguém para trás?”, completa. 

2. Mudança de expectativas

Revisite o planejamento inicial, a BNCC, o currículo da sua rede e as decisões feitas na reunião com a equipe escolar. Tenha em mente que não será possível realizar tudo que foi inicialmente proposto. “Se fizer uma avaliação pensando no que, lá no início do ano letivo, esperava de aprendizagem, o professor não vai saber o que realmente os alunos aprenderam nesse período de aulas a distância”, reflete Sonia. O raciocínio para elaborar a avaliação deve, então, incluir também uma análise do próprio percurso: o que eu, professor, consegui oferecer durante a quarentena? O que optei por priorizar? “É preciso fazer perguntas instigadoras e que não ignorem que passamos por uma pandemia”, completa a especialista. 

3. Convide os alunos a se expressarem 

No primeiro momento, pense em propostas de acolhimento e readaptação dos alunos ao ambiente escolar, principalmente no caso de crianças do 1º ano, que tiveram pouco contato com a escola antes do afastamento. Proponha rodas de conversa, escrita de relatos e desenhos nos quais cada um possa contar como foi o período de isolamento para si e como as atividades de ensino se encaixaram nessa rotina. Assim, ficará mais fácil entender as dificuldades de cada um. 

4. Estabeleça prioridades 

Se não dá para dar conta de tudo, a opção é elencar prioridades. “As avaliações diagnósticas podem ser feitas sem os detalhes das exceções, mas com base na essência dos conceitos trabalhados”, orienta Marly. Para ela, é necessário lembrar que, em geral, o tempo foi mais curto para se aprofundar em algumas questões. “É difícil para o professor dizer que algo não é muito importante, mas, para realizar uma avaliação diagnóstica agora, temos de pensar no que tem significado para o aluno e faz diferença na sua aprendizagem.”

5. Só avaliações escritas não bastam

Ao optar por realizar avaliações escritas, pense com cuidado em como elaborá-las e em quais perguntas fazer. Mas não se limite a elas. “Os instrumentos escritos sempre foram insuficientes, mas agora isso está mais evidente”, comenta Luciana.

6. Não deixe a tecnologia de lado

O uso da tecnologia como aliada educacional é um ganho importante e não pode ser perdido na volta ao presencial. Então, por que não considerar os recursos digitais ao elaborar a avaliação? Você pode criar formulários no Google Docs ou monitorar a aprendizagem por meio de um jogo, feito em sites como o Kahoot, por exemplo. No caso de dificuldade de acesso à internet, dá para manter a ideia de jogo, mas com o uso de cartões de perguntas e respostas.

7. Não se atenha ao diagnóstico inicial 

Quando voltarem a se ver pessoalmente, educadores e estudantes terão passado muito tempo distantes. E, em muitos casos, nem mesmo o contato virtual foi possível durante o período de isolamento. Apenas um dia de avaliação ou uma única atividade não será suficiente para entender tudo o que o aluno conseguiu desenvolver e quais são suas dificuldades. A avaliação deve ser um processo constante. Portanto, esteja atento para observar como o estudante se comporta em suas atividades individuais e com o grupo. 


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